Diariamente ouço o ruído que invade todos os meus sentidos e
coração, o barulho que insiste em aparecer sem avisar e permanece sem
autorização, é a saudade chegando e fazendo morada onde ela sequer foi
convidada a entrar. Tenho certeza que o grande mal da saudade é trazer com ela uma
mala recheada de coisas boas, é vir carregando vontade de viver tudo outra vez,
vontade de que as coisas ocorram da mesma forma ou que tragam o mesmo
sentimento de felicidade que nos faz recordar, vontade essa que não pode ser
controlada (pelo simples fato de não possuirmos o poder de apagar as coisas
boas que vivemos).
Acontece que saudade também dói, ela costuma vir como um castigo
quando percebemos que não podemos matá-la no abraço, no cheiro, no colo ou no
sorriso de alguém que nos conforte.
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